quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Esta vida

Na vida temos de nos mover depressa. Precisamos sempre de nos antecipar. Quando não nos antecipamos, temos de nos mover mais depressa ainda, apanhar o comboio em andamento é um desafio. O que me trava é, sempre, o medo de mudanças. Sempre o medo de mudar, normal, penso eu. Mas pode paralisar-me se eu deixar. Mas eu não deixo.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Tenho o azar de a mãe do meu namorado trabalhar num restaurante, o que significa que é exímia cozinheira, e que o rapaz está habituado a comidinha da boa e da melhor. Eu nem sou má cozinheira (ou pelo menos não o era, nos tempos em que tinha uma cozinha verdadeira e não esta treta de cozinha pré-fabricada com fogão portátil e mini forno eléctrico), mas ao pé da mãe do meu namorado é claro que não passo de uma aspirante muito mázinha. Se quisermos pôr a coisa em metáforas, a mãe dele é um restaurante estrela Michelin e eu sou uma tasca de berma de estrada no Canal Caveira - consola o estômago e ninguém sai de lá insatisfeito, mas vai se lá por conveniência, porque é a coisa que está mais à mão quando se pára o camião para fazer uma pausa na viagem a caminho do Alentejo, ninguém suspira por lá voltar. Ainda bem que o moço engraçou logo comigo, porque qualquer tentativa de o conquistar pelo estômago seria uma anedota falhada. Ontem, na minha melhor boa vontade, tentando mostrar-me namorada disponível e prendada, cozinhei-lhe uma lasanha. Depois de olhar para aquilo percebi que o namoro estava por um fio. Logo por azar, o queijo ralado que pus por cima é de uma espécie que ele não gosta. Também não acertei no queijo que ele normalmente gasta, nem no tipo de hamburgueres que gosta (vou parar de chorar agora). Ele diz que gostou da lasanha, que apesar do queijo estava boa, mas cheira-me que havia ali um toque de insinceridade. E eu nestas coisas sou daquelas raparigas à moda antiga que acha que uma mulher deve saber fazer um assado no forno e preparar um fricassé de galinha. Olhei para a minha lasanha e lembrei-me da minha avó, também ele excelente cozinheira, e lembro-me que um dia lhe perguntei como é que ela cozinhava tão bem. Ao que ela respondeu que quando casou não sabia cozinhar nada e que andava sempre com os livros de culinária para trás e para a frente e que foi aprendendo sozinha. Por isso, não vou desistir. Esta rapariga vai se tornar excelente cozinheira e preparar travessas de bacalhau com natas de fazer chorar um santo. Em honra à minha avó, eu não vou desistir.

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Quatro exames e um funeral

Meia hora antes de um exame a minha mãe liga-me a informar que a minha avó morreu. Fiz o exame rápido, correu bem, sempre a pensar que foi melhor para ela, que já estava há tanto tempo doente, que não ia voltar a ser feliz. Não me apercebi que estava triste até ter ligado para o trabalho a pedir para não ir trabalhar hoje, e ter chorado pela primeira vez. A morte é algo de tão comum, mas quando acontece nunca sabemos como reagir. Quinta-feira vou a um funeral e horas depois tenho o último exame, tão importante para mim porque é a recta final do curso e estou com boa nota àquela cadeira, e não sei como me vou sentir porque nunca fui a um funeral e creio que ver o corpo de alguém que já não é custa mais do que pensar que essa pessoa morreu. Não sei o que se passa mas neste mês a vida teimou mesmo em atirar tudo para cima de mim ao mesmo tempo. 

domingo, 13 de janeiro de 2013

Chegar a casa depois de finalmente ter encontrado as pecinhas que queria nos saldos. Dia péssimo no trabalho. Dor de estômago. Ter de pegar nos livros e estudar. Vontade de chorar. Muita. Passe a tudo à primeira ou não eu quero que esta época de exames acabe. Depressinha sff.

sábado, 12 de janeiro de 2013

Fiz ontem um daqueles exames em que nos perguntam o nome do autor da Teoria X, as duas dimensões da Teoria Y, e a seguir estamos à espera que nos perguntem em que data desapareu D. Sebastião, e nos questionamos à nós mesmos se isso estava sequer na bibliografia da cadeira e de que modo isso valida a nossa aprendizagem.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Eu tenho a cabeça feita em papas. Tudo o que queria neste momento era não ter de fazer mil coisas ao mesmo tempo (trabalhar, estudar para os exames, cuidar da casa), ou pelo menos ter mais apoio para aquilo que faço ou tento fazer. O primeiro exame correu pessimamente mal, estou meio assustada com este próximo que parece ser um puro teste à minha capacidade de memorização, que vai mirrando a cada dia, quanto mais eu faço, quanto mais eu estudo, quanto mais eu trabalho, quanto mais coisas tenho para me concentrar e recordar mais vou esquecendo. É tão difícil parar e concentrar-me realmente naquilo que estou a fazer no momento, sem estar já a pensar no que tenho de fazer a seguir e depois disso e daqui a uma semana. Muito cansaço e vontade de diminuir responsabilidades e obrigações, é o que tenho nesta hora.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Eu não acredito sequer nas medidas que aquela coisa estapafúrdia chamada FMI propõe agora. Matem-nos, esfolem-nos, façam de nós um bando de prostitutas baratas, é praticamente o que somos. Mais um pouco e estamos a trabalhar por 0€ (e já há quem o faça, com meses de salário em atraso). É isso que nos torna competitivos; não a educação, não a competência, não as nossas habilitações académicas, ameaçadas com a previsão de um sistema educativo pago em partilhado (para quem ainda não percebeu, o Sr. Passos Coelho quer sempre dizer exactamente o oposto daquilo que diz, por isso preparem-se para escolher entre alimentar as crianças ou mandá-las à escola) e agora com cortes estrondosos. E nós aqui, tristes e sem coragem, de correr o Governo, de dizer realmente não a estes abusos, de seguir o exemplo da Hungria e da Islândia, países que recusaram abertamente esta palhaçada e seguiram um caminho de crescimento e consciência social. A ser levada para a frente alguma destas medidas, é desta que morremos.

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

I'm in love



Chegaram hoje os meus novos babies da Calçado Guimarães. Nunca fiquei tão feliz por ouvir o Senhor dos Correios tocar à porta. As minhas novas meninas são lindas e pelo tempinho que as tive nos pés, cheira-me que são confortáveis. A Calçado Guimarães tem muito bons preços e a minha avó sempre me disse que é sapatinho de boa qualidade, que eu assim espero que seja, que estes meus pézinhos de princesa são extremamente sensíveis e há pouca coisa que não magoe aqui e ali e acolá e à frente e atrás e em todo o lado. Por agora, só posso dizer que estou muito contente com a aquisição e como a loja está em saldos, é mesmo de aproveitar :)

domingo, 6 de janeiro de 2013

The Power of Introverts - Ep 1



É talvez o melhor vídeo que vi nos últimos tempos. Sem dúvida que vivemos numa cultura que promove e valoriza a extroversão. É suposto sairmos à noite todas as sextas feiras. É suposto embebedarmo-nos. É suposto termos mil amigos. É suposto interagirmos com quem conhecemos e não conhecemos, numa festa, numa aula, na paragem do autocarro. E o que acontece a quem não gosta de sair à noite? O que acontece a quem não bebe? O que acontece a quem prefere ter dois ou três amigos próximos? A quem não tem o mínimo interesse em interagir com estranhos, especialmente quando nos bastou ouvir aquela pessoa falar durante 5 minutos para perceber que não vamos gostar nem um bocadinho dela? Que é feito de quem acha que a noite de 6ª foi inventada para ser passada a dormir? Somos estranhos, anti-sociais, desajustados, e uma seca de pessoas. Aproveitar a vida significa coisas tão diferentes para cada um de nós que é estúpido pensar que o entretenimento possa ser produzido estilo chapa 5. Que todos vamos gostar de ir a uma festa, a um concerto, a um jantar de anos. Gostar de ter o nosso cantinho faz de nós a ave rara lá do sítio, em cada sítio. E as pessoas extrovertidas têm muito mais facilidade em subir na vida, em ganhar um emprego, uma promoção, oportunidades. O que há a entender é que a introversão é simplesmente um traço de personalidade que não exclui nenhum outro. Simpatia, sentido de responsabilidade, compaixão e humor podem existir num introvertido e num extrovertido, em iguais partes. Os nossos níveis de tolerância ao estímulo são naturalmente diferentes. Não devemos ser julgado e apelidados de mil coisas só por preferirmos uma noite a ler um livro a uma noite numa discoteca.

sábado, 5 de janeiro de 2013

2013

2012 foi um ano agridoce. Daqueles estilo montanha russa, realmente cheios de altos e baixos. Onde a cada alto corresponde um baixo. Após cada subida, uma descida. Nada vem sem a sua contrapartida. 2012 foi, no geral, um ano bom. Conheci alguém por quem me vim a apaixonar, não sem antes me ter desapaixonado por outro alguém por quem o coração já doía há tanto tempo. Ganhei imensa autonomia e com ela uma paz de espírito muito maior. Tenho mais dinheiro do que o que tive alguma vez antes. Mas tudo o que se revelou bom soube primeiro a fel, e tudo o que parecia bom revelou-se uma faca de dois gumes. Tenho passeado perto do meu limite da exaustão. Não tive férias. Tive o pior dia de aniversário de sempre. Chorei muito, antes de conseguir esboçar finalmente um sorriso sincero. "Toda a escolha implica uma renúncia", disse-me alguém um dia. Toda a felicidade traz o seu quinhão de tristeza. Nada do que é bom vem sem esforço, sem luta, sem contrapartidas. 2012 foi um ano duro, mas foi um ano bom, descobri aquilo a que dou valor e a quem devo dar valor, descobri que devo ter paciência, porque as coisas boas andam disfarçadas. E 2013 começou bem, muito bem mesmo. E espero que assim continue. Não espero caminhar sobre nuvens de algodão doce porque isso em 2012 não aconteceu, mas que seja pelo menos um ano tão cheio de realizações pessoais como o anterior. E um feliz 2013 a toda a gente.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Eu cá continuo a adorar a roupa da Blanco, mas não há dúvida que aquilo é uma bostinha. Mais uma vez comprei uma peça que passado o primeiro uso já estava a puxar fios, a perder botões e a descoser. É pena que em termos de design seja a loja que tem as roupas mais giras porque em qualidade é das piores.