quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Irra, isto de mudar de casa chateia, cansa que se farta e dá uma trabalheira impossível. Empacotar coisas dá uma canseira desgraçada. Depois é o trabalhão de limpar a casa nova. Aquelas janelas estavam tão sujas que jurei que nunca mais o Sol brilharia através delas. As paredes, tão carregadinhas de pó que considero contratar o Homem Aranha só para limpar aquilo. Há também o problema da desarrumação. Depois de ter tido o meu quarto cheio de caixas e malas espalhadas por todo o lado, tenho a minha casa nova cheia de caixas e malas espalhadas por todo o lado. Ainda não descobri como vou fazer dois armários passarem por quatro vãos de escadas e subirem até ao terceiro andar nem onde vou arranjar espaço para eles no quarto. Bolas. Só a trabalheira que isto está a dar já me dá vontade de desistir.

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Aventuras EDPianas

Quando era jovem e inocente e mudava de casa com os meus pais, não tinha a noção das agruras pelas quais uma pessoa passa para mandar ligar a água, a luz e o gás. Os papás tratavam de tudo, eu limitava-me a chegar à casa nova, carregar no interruptor e pronto, tínhamos luz.

O que desconhecia é que, para chegar a casa e ter os interruptores a funcionar, há todo um cabo de tormentas a atravessar primeiro. Senão vejamos.

A minha história com os senhores da EDP começou há coisa de uma semana, quando meti na cabeça que, por maior chulice que seja a factura da luz, a minha nova casa iria ter electricidade. Informei-me devidamente no site deles e descobri que podia fazer o contrato telefonicamente, com um assistente simpático que me ajudaria a escolher que potência a contratar, ou até online, preenchendo um simples formuláriozinho. Preferi o assistente, para me ajudar a escolher a potência ideal para o meu perfil de consumo. Comecei por ligar para a EDP Serviço Universal, onde fui atendida por uma senhora simpatíquissima que me informou que a EDP Serviço Universal já não faz contratos desde 1 de Janeiro de 2013 já que isto agora passou tudo ao mercado liberalizado da luz. Não me deu nenhum número para onde eu pudesse ligar para a EDP que faz contratos com novos clientes que querem encher os bolsos ao Mexia, informou-me simplesmente que ali não faziam contratos e não tinham o número da EDP Comercial.

Eu, que só precisava [julgava eu] de saber a potência que pretendia contratar para celebrar o tal contrato de fornecimento de energia e iluminar o meu estaminé ao estilo árvore de Natal, resolvi experimentar o chat disponível no site da EDP e falar com alguém que me ajudasse a descobrir que potência é necessária para pôr o meu frigorífico a bombar. O diálogo que se segue é, no mínimo, kafkiano.

Eu: Boa tarde, pretendia celebrar um contrato de fornecimento de energia mas não sei que potência contratar.
Assistente [identificado como assistente 11]: A potência contratada vem na fatura da electricidade.

???????? Então eu abro a conversa a dizer que pretendo celebrar um contrato de fornecimento de energia, muita atenção, pretendo, dando a entender que não tenho contrato, logo, não tenho facturas, e a resposta que recebo é...a potência contratada vem na factura. Com erros ortográficos, ainda por cima. Certo. Juro que por momentos achei estar a falar com o Cleverbot. Achei mesmo que tinha à minha frente um computador a dar-me uma daquelas respostas automáticas já pré-programadas, e não com uma pessoa de carne e osso, o que não me serviria de grande ajuda. Vá lá, o senhor assistente provou ser uma pessoa de carne e osso (até porque deu uma terrível calinada ortográfica ao escrever inclino, coisa que eu não sei o que seja mas que suponho referir-se à pessoa que habita uma casa arrendada), e ajudou-me indicando a linha telefónica para onde precisava de ligar.

Feito o telefonema para a linha certa, foi toda uma aventura para fornecer ao senhor assistente os dados que ele me pedia. É que eu tinha o contador da luz à minha frente, e não havia maneira de descobrir o número do aparelho (mais tarde descobri que estava a indicar ao senhor o número do disjuntor, tão tansinha sou eu). Foram precisas mais duas chamadas (DUAS, senhores, DUAS CHAMADAS a pagar) para descobrir uma coisa chamada CPE, que dizem ser uma espécie de bilhete de identidade do contador mas que não vem lá espetado no mesmo*), e mais uma terceira para finalizar o contrato. Agora é esperar que me liguem a electricidade, e começar a encher os bolsos ao papá Mexia, que a vida não anda fácil para ninguém e se os jovens como eu não começam a pôr o rabinho fora de casa dos pais, o senhor ainda deixa de ter dinheiro para as suas despesas.

* e mesmo que viesse, eu também não o descobriria

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

É verdade, sim senhora

Habemus casa nova.

E eu gosto tanto dela que quando lá vou só me apetece chorar, deitar-me no chão e encher as paredes de beijinhos.

Já avisei os senhorios que os vou mandar à m*rda no final do mês e que nunca mais acordarei com o som da liquidificadora, das discussões ou do chuveiro a correr durante horas.

A minha casa nova é linda. E eu mal posso esperar por estar lá a morar.