sexta-feira, 6 de junho de 2014

Hoje o meu coração dói.

A empresa onde trabalho vai despedir cerca de 250 pessoas. Duzentas e cinquenta (eu que achava que éramos só trezentos a trabalhar ali!), e só no piso onde eu trabalho, que está integrado num edifício de cinco andares.

A empresa onde eu trabalho vai despedir 250 trabalhadores só porque sim. Só porque é aquilo que fazem, e é a terceira vez que vão fazê-lo nos quatro anos de história que conheço daquele sítio. Ninguém entende porque é preciso despedir pessoas. Nós temos trabalho, temos estado ocupados, tem alturas em que não há mãos que cheguem para tudo o que precisamos de fazer. Provavelmente algum director financeiro olhou para a última demonstração de resultados e sentiu que havia ali valores em falta, ou o nosso CEO, confortavelmente instalado no Brasil, deu pela falta de alguns milhões no seu ordenado e alguém decidiu: é preciso despedir.

São duzentos e cinquenta trabalhadores temporários, a mesma coisa que nada, pó de areia, pedras no sapato. Sapatos fáceis de descalçar. E é assim que se conseguem descalçar duzentos e cinquenta sapatos de uma vez.

Hoje o meu coração dói, dói muito.

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