sábado, 15 de novembro de 2014

M****s que só eu faço

Depois de ter enfiado uma escova de dentes pelo cano do bidé abaixo (não perguntem...), tive a brilhante ideia de a tentar aspirar para fora do cano e consegui, para além de atirado a minha escova de dentes das limpezas para dentro do cano do bidé, avariar também o aspirador.



Quando o homem chegou a casa e eu falei na escova de dentes e no bidé, a pergunta dele foi: "Mas foi a minha?"

sábado, 4 de outubro de 2014

É hoje que eu me fico...

Novamente um ataque de alergias daqueles que ninguém merece. Dói-me a cara toda, os meus olhos parecem querer saltar das órbitas, tenho o nariz vermelho e sempre a pingar, a garganta dói-me horrores e até afónica já estou. Tudo isto cortesia dos colegas do trabalho, que têm tanto calor que não lhes basta ligar o ar condicionado, vai de abrir as janelas do escritório também.

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

A mudança é amanhã e eu ainda tenho a casa cheia de pequenas tralhas que devíamos ter levado se tivessemos tido tempo. Mas não temos. Anteontem tive uma paragem de digestão e ontem foi andar a correr de uma casa para a outra até às 22h; hoje há festa na empresa, já marcada e planeada há um século, não sei quando vou chegar a casa, nem sequer estou preocupada com isso porque é a minha primeira festa desta empresa, só sei que amanhã às 10h tenho o camião das mudanças à porta. Hoje dormi novamente mal, amanhã é o último fim de semana que tenho para entregar a minha casa ao senhorio.

Queria ter tido mais tempo. Queria poder estar a fazer as coisas com mais calma. Queria que nos mudássemos para outro sítio e para outra casa. Tenho fé que daqui a uns anos possamos repetir tudo isto, mas numa casa da qual os dois gostamos e com pessoas que nos respeitem - não é bem fé, é mais a certeza de que isso vai acontecer. E um conselho a quem se vai aventurar nisto de comprar casa: nunca façam negócios em família especialmente se a família não for vossa.

domingo, 21 de setembro de 2014

Dizem que a paixão só nos escolhe uma vez na vida...

...e ainda bem, porque ela causa tanta confusão que se assim não fosse, não restaria ninguém para contar a história.

sábado, 20 de setembro de 2014

Estou a hiperventilar...a casa para onde vamos mudar parece um cenário de guerra. Estivemos lá ontem e há panos, alguidares, detergentes, escadotes e fios por todo o lado...eu pensei que estivessem a "terminar" as limpezas...afinal há poeiras dentro dos armários, candeeiros pendurados no tecto, cabelos na casa de banho...uma tristeza...neste momento pondero seriamente não mudar de casa, acordei às seis da manhã a remoer nas coisas, não me consigo imaginar a viver naquela casa onde se ouve o barulho dos carros como se passassem à nossa porta e sinto que já tivemos stress suficientes com isto (e se eu vos contasse que ainda nem temos data para a inspecção do gás...) Já estou farta de discutir com o homem, de o tentar fazer ver o absurdo que isto é, mas esqueçam, parece que nada entra naquela cabeça. Parece que vamos mudar de casa estando de costas voltadas, porque a minha paciência neste momento é um fio cada vez mais curto, ando a ponderar começar a dar-lhe nos calmantes porque só de pensar naquela treta de casa e em tudo o que vamos fazer à pressa nem consigo acreditar...enfim, dizem que é preciso paciência...

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

E pronto, parece que conseguimos que nos entreguem a chave da casa (no Domingo...o próprio dia da mudança! isto é que eu chamo ter consideração pelos outros!) mas, surpresa das surpresas...eles ainda vão estar por lá a acabar as limpezas! Sim, nós a entrarmos e sairmos de casa carregados com caixas e com tralhas e eles ainda a limparem paredes e a lavarem o chão! Fiquei possuída pelo demónio quando o homem me contou, eu que planeava ter o fim de semana (o fim de semana, sábado e domingo!!!) para tapar os buracos nas paredes e pintar (aquela gente tinha quadros pendurados por todo o lado!), afinal parece que não, parece que quatro pessoas não chegam para num mês limparem uma casa, ainda para mais uma casa que está totalmente vazia! Comecei logo a barafustar, a dizer que não, eles que se deixassem disso que nós fazemos as limpezas, no sábado até posso ir lá eu sozinha, quero é ver aquela casa vazia de gente e de tralhas e domingo é para despacharmos logo tudo o que podermos para a casa nova, o homem a querer descartar-se, "ai resolve tu isso, ai falas tu com eles no fim de semana", e eu percebi logo "pronto, daqui não levo nada!" Deixem-me que vos diga que esta gente tem a maior sorte do mundo em terem vendido a casa a um familiar, ainda para mais a um familiar tão paz d'alma como o meu namorado, se fosse comigo já eu teria armado escandaleira! Agora se eu chego lá no domingo e vejo as paredes todas esburacadas e eles sem nos deixarem tempo para tratar das coisas como deve de ser, mando o homem ir lá na folga dele tratar de tapar os buracos e pintar sozinho...só por causa das tosses!

domingo, 14 de setembro de 2014

Eis que isto começa a andar e estou finalmente a ver mais perto o dia em que teremos na mão as chaves da nossa casa. Tive que me chatear muito, tive que mandar uma peta, e aquilo que vos aconselho é que nunca façam negócios em família porque essa história do querer facilitar, acaba por dificultar muito a vida para um dos lados. Um mês e meio e nada de chaves da casa, eu a ver que em dois dias ia ter de mudar as minhas tralhas todas e ainda limpar a minha casa para entregar ao senhorio, juro que andei estes dias todos a acordar com uma neura desgraçada por não saber se a casa para onde vamos está em condições, se os armários estão bem limpos por dentro e por cima, se as paredes não estão esburacadas, se não é preciso pintar nada...demorou mas consegui fazê-lo tomar uma posição. Ainda vou ter de aguentar um frigorífico com dez anos quando tenho o meu novinho em folha e dentro da garantia mas enfim, diz que nisto da vida há que fazer concessões e eu faço as minhas (assumindo que ele faz as dele também...cheira-me que vamos ter um quarto todo decorado às florzinhas...) E pronto, a partir de agora é empacotar, empacotar coisas todos os dias, e no próximo fim de semana começar já a levar algumas coisas para a casa nova e convencê-lo que uma casa precisa de mais do que os móveis que vamos trazer do meu modesto estaminé (acho que a casa onde vivo actualmente tem para aí o tamanho da sala da casa nova...é o pânico). E arranjar maneira de ir enchendo a sala e o quarto e o escritório de decorações lindas e fofinhas sem que ele perceba...talvez esta última parte seja fácil...

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Dizem que isto do ir viver junto é suposto ser uma etapa muito bonita e entusiasmante na vida de uma pessoa, que é suposto uma pessoa sentir-se feliz e tudo o mais, mas a mim isto só me tem deixado ansiosa. Ansiosa por não saber o que vem aí. Cheia de medos: e se deixamos de ter assunto para conversar um com o outro? E se desatamos a discutir por tudo e por nada? E se não conseguimos concordar quanto às despesas? E se eu deixo de ter poder de decisão quanto à decoração da casa, e quanto a quem lá entra e quem de lá sai, e se vou para lá para ser escrava/empregada doméstica, eu que agora tenho este trabalho que eu adoro mas para o qual não tenho mãos a medir e que me deixa estafada todos os dias? Isto é tudo um grande risco até porque ninguém gosta mais de viver sozinha do que eu. Adoro a sensação de chegar a casa e não haver ninguém para me azucrinar o juízo, poder estar descansada a ler um livro sem ser incomodada com alguém sentado ao meu lado a ver televisão, chegar a casa tarde e não ter a preocupação de cozinhar um jantar todo xpto porque há outra pessoa que o exige, poder deitar-me quando quero (que geralmente é cedo), poder acordar e levantar-me quando quero (que geralmente é cedo). Poder acordar às 8h da manhã de um domingo e virar a casa do avesso, aspirar, tomar banho, ouvir a minha música sem me chatear se incomodo alguém. Poder convidar para a minha casa só as pessoas que eu quero e de quem eu gosto (e se agora vou chegar a casa e ser surpreendida com os amigos dele, sentados no sofá e à minha espera para cozinhar o jantar...) Ainda para mais viver numa casa escolhida por ele (unilateralmente), uma casa que eu nem gosto assim tanto, num sítio que eu detesto...(e já avisei: máximo 5 anos nesta casa, eu só me aguento no máximo 5 anos neste sítio, depois compramos uma casa escolhida pelos dois e num sítio do qual os dois gostem). Tudo isto tem me dado à volta à cabeça de uma maneira que nem ele sonha. Isto e ainda ter de estar a empacotar tralhas, quando tenho este trabalho que é tão exigente quer a nível mental quer a nível de horários, e chego todos os dias a casa  como se tivesse sido atropelada por um camião, e chega o fim de semana e só me apetece estar de pernas para o ar descansadinha mas não, para além das tarefas domésticas habituais ainda há a tralha para encaixotar...

Vá, dizem que isto de viver junto é bom, dizem que isto vai valer a pena...eu vou fazer figas...

domingo, 31 de agosto de 2014

Há por aí uma blogger, algo conhecida da praça pública, que insiste em publicar no seu blog fotos semi-identificativas dela, da família dela e dos sítios por onde passam. Ele é fotos desfocadas, smileys em cima das caras, os efeitos mais estapafúrdios que se possa imaginar, all in all nada está assim tão bem disfarçado e quem quer que conheça as pessoas, identifica facilmente quem são. Isso também significa que, dando de caras com as pessoas, é fácil identificá-las. Aqui há uns dias esbarrei por acaso no facebook da rapariga e entrei numa de "vamos lá cuscar". Se soubessem o que eu me pasmei...a rapariga é feia que mete medo, e o namorado, tão gabado, idem idem aspas aspas...para além disso deve ser mestra no photshop, porque é obesa, e as fotos pseudo-sensuais de cabelos a caírem pelas costas em catadupa, narizes de perfil e pernas enroladas em collants sexy, nada deixam adivinhar quanto ao verdadeiro tamanho da moça. E deu logo para perceber que há ali coisas que, não sendo mentira, não passam de exageros...

E pensar que há quem se pele de inveja de bloggers que não conhecem de lado nenhum...isto da internet, meus amigos, dá um jeitaço e se uma pessoa tem imaginação e tempo livre a mais, há um sem fim de vidas alternativas que pode ir criando. Não adianta de nada ter ciúmes do que os outros mostram ter, porque vai se a ver e a galinha do vizinho nem sequer é assim tão boa e bom mesmo é a nossa vidinha...

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

domingo, 24 de agosto de 2014

Amor é...

...ele acordar-me de um sono profundo para me mostrar o peixe que vai descongelar para o nosso almoço do dia seguinte.
Eis que há duas semanas iniciei um novo emprego e nunca na vida andei tão cansada. Para além de todas as coisas novas que estou a aprender, têm-me lançado grandes desafios e comecei logo a trabalhar "à séria", a ter responsabilidades e obrigações como os meus colegas senior e a sentir-me tão responsável pelos resultados da empresa quanto eles. Para além disso tenho entrado mais tarde e saído mais tarde do que estava habituada e chego a casa ainda a pensar no trabalho, a planear o que vou fazer no dia seguinte, a deixar-me absorver por tudo o que aprendi de novo e tudo o que me ensinaram mas que ainda não apreendi. Durante a semana não tenho tido tempo para nada, durmo mal porque chego a casa e não descanso, nem nos meus sagrados livros me consigo concentrar e a leitura antes de dormir perde o seu efeito relaxante. A verdade é que nunca na vida tive um trabalho tão frustrante, tão cansativo, que exigisse tanto de mim a nível mental, que testasse tanto a minha paciência, que me obrigasse a ser tão perseverante, tão paciente, tão omnipresente e tão capaz de fazer mil coisas ao mesmo tempo.

Apesar de tudo isso, a maior prova da minha loucura é que adoro o que faço. Adoro mesmo a minha função e não são só os colegas, nem o ambiente de trabalho, nem todas as coisas boas proporcionadas pela empresa, adoro mesmo o que faço e é por isso que saio de casa de manhã com leveza nos pés e imensa vontade de começar, chego ao trabalho cheia de energia e volto para a casa a pensar em maneiras de ser melhor, de fazer melhor, de fazer mais. Nunca fui pessoa de fugir ao trabalho, de viver a suspirar por feriados e fins de semana, de passar os dias a suspirar por férias e a desejar estar em casa com os pés de molho: não me considero realmente workaholic mas não adianta, eu adoro trabalhar. E quando fazemos algo que nos desafia e que nos leva mais além, não há como mentir: trabalhar é bom e recomenda-se.

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Porque um azar nunca vem só, e porque parece que na minha vida tem sempre tudo de correr mal de alguma maneira, já não tenho dores de garganta, as dores na boca estão controláveis e já só resta uma afta para contar a história (consegui, finalmente, afiar o dente a uma taça de cereais e meter uma tigela de canja pelo bucho abaixo), eis que foi introduzido um terceiro sintoma: uma indisposição intestinal, causada, muito provavelmente, por um dos medicamentos que ando a tomar para o estômago (quando se passa cinco dias em jejum forçado é normal que o nosso estômago reaja mal à comida que tentamos atirar-lhe para dentro). Sinto-me como num daqueles episódios do Dr. House, em que se resolve um sintoma e logo a seguir aparece outro, e depois outro, e mais outro, sintomas atrás de sintomas e cada um mais esquisito que o anterior. A diferença óbvia é que eu, ao contrário dos pacientes do Dr. House, não estou às portas da morte. Ou será que estou? Depois da maré de azar com que ando já nem digo nada a não ser "ai a minha vida...".

domingo, 17 de agosto de 2014

Eu devo ter feito muito mal a alguém e não sei...

A amigdalite (que tornou quase impossível engolir o que quer que fosse, até a minha própria saliva) trouxe duas amiguinhas para fazerem festa: uma afta na língua e uma afta bem junto ao dente do siso que fica no lado da amígdala inflamada. Resultado: dói-me a boca toda e até as gengivas parecem avermelhadas (será que eu mereço mesmo isto?). Depois de dois dias em que não comia porque não conseguia engolir, o apetite voltou, mas...não tenho comido porque não consigo mastigar. Somando tudo estou há quatro dias sem comer uma refeição digna desse nome (a alimentar-me só de iogurtes, gelatinas, gelado, atum frio e maçãs, tudo com grande sacrifício). Já estou fraca que eu nem sei, a cair por todos os lados, com o estômago a fazer barulhos esquisitos e sem saber como vou aparecer no trabalho amanhã quando a minha única vontade é passar o tempo todo na cama a dormir. Sim, aquele trabalho onde sou nova, onde ainda estou em formação e onde tenho de provar ao máximo o meu valor porque mesmo sabendo da minha inexperiência decidiram ficar comigo e tenho de provar que o mereço. Mais do que isso: é o primeiro trabalho que eu adoro, mas adoro mesmo a sério estilo gostar tanto do que faço que nem sinto que seja trabalhar. 

Tenho a certeza que há muita gente a quem já ofendi e magoei, quer de propósito quer sem intenção, e que também deve haver um punhado de pessoas com motivos parvos para não gostarem de mim (será o meu ex-namorado? A ex do meu namorado?), mas aftas assim tão más depois de umas dores de garganta como as que eu tive são coisa que ninguém merece. Por isso peço encarecidamente que pousem a boneca de trapos, guardem as agulhas e poupem-me ao vudu pelo menos por agora que a minha pessoa não aguenta mais sofrimento...pode ser?

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Entro no facebook e vejo uma foto, alusiva ao último dia de férias de uma determinada pessoa, com a seguinte legenda:

"meu querido mês de Agosto q por ti levo o ano inteiro a sonhar e passas a correr!!!"

Err...em vez de esperar o ano todo pelo querido mês de Agosto, não seria mais fácil arranjar um trabalho do qual gostasse? Parece que há pessoas que não se mentalizam que passam qualquer coisa como 70% das suas vidas no trabalho...e passar 70% do nosso tempo triste e infeliz e a chorar por férias e fins de semana é capaz de ser um pouco demais, não?

sábado, 2 de agosto de 2014

Dizem que a sorte protege os audazes e eu até nem acreditava muito nisso, até ter descoberto que realmente é verdade. Quatro dias depois de me ter despedido, arranjei aquilo que em um ano não consegui encontrar: um trabalho na minha área. Despedi-me sem ter nada à minha espera e sem saber quando iria voltar ao activo. Nestes quatro dias de desemprego eu já estava a começar a dar com a cabeça nas paredes: adoro a minha casinha mas não estou habituada a passar tanto tempo nela, gosto de fazer parte da horda de gentes que acorda de manhã e se desloca para o trabalho, gosto de acordar de manhã com um propósito e não naquele "logo se vê" que me caracterizou nestes dias de desemprego. A verdade é que eu sempre pensei que a minha capacidade de trabalho (tenho disso em doses industriais) me iria levar aonde eu quero estar. E neste ano que passou, por maior que tenha sido o meu esforço, não consegui nada do que eu pretendia e comecei a sentir-me cansada, frustrada, a sentir que estava a ficar para trás. Afinal o que faltava não era esforço e dedicação, faltava-me outra coisa: a audácia. A confiança, que normalmente não tenho mas que por artes mágicas conseguir ir buscar não sei aonde, também teve o seu papel no final feliz desta história. Eu, que sempre pensei que seria através da perseverança e da teimosia que iria conseguir, descobri que afinal o que faltava era um golpe de magia. A capacidade de voar. Partir em direcção ao desconhecido. E desafiar-me.

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Ai, como eu detesto...

...empresas que mascaram as funções comerciais sob todo o tipo de nomes pomposos. Nem toda a gente tem perfil (nem gosto) pela área comercial e parece-me que há uma grande falta de sensibilidade das empresas para o facto de que procurar emprego consome não só tempo mas também recursos, é revoltante que uma pessoa que procura um emprego gaste o seu tempo e o seu dinheiro a deslocar-se a uma entrevista de trabalho para depois descobrir que não tem perfil para aquilo. Quem perde não são apenas os candidatos, mas também a empresa, que deixa escapar os candidatos com verdadeiro perfil comercial e capacidade de trazer resultados à empresa.





[A empresa onde trabalhei até à semana passada voltou a fazer das suas: vão recrutar um comercial, mas mascaram essa função com outro nome muito mais sonante. E eu acabei de despender uns bom 15 minutos a preencher um inquérito de recrutamento, até que voltei ao anúncio em questão, li com mais calma e percebi que se tratava de uma função comercial e não de algo da minha área. Até ao dia em que as empresas entendam o que perdem com estes recrutamentos mal feitos, nunca chegaremos a lado nenhum.]

quarta-feira, 30 de julho de 2014

Nada melhor para me fazer sentir burra...

...do que uma prova de aptidão numérica.

A sério: o meu cérebro dá tantas voltas, sempre sem chegar a lado nenhum, que eu acabo por desistir e escolher uma resposta ao calhas.

domingo, 27 de julho de 2014

Confirma-se: sou louca

Numa época em que toda a gente se queixa do desemprego, em que só se fala da falta de trabalho, em que há milhares de desempregados inscritos nos centros de emprego e mais outros tantos que desistiram de sequer procurar trabalho, eu despedi-me. Despedi-me, sem direito a subsídio de desemprego, sem nada que me sustente a não ser as minhas poupanças, o dinheiro que todos os meses punha de parte para o mestrado, que agora vai ser usado para me aguentar durante estes próximos tempos. Despedi-me sem nada à minha espera e sem nada para me agarrar a não ser as minhas parcas economias. Despedi-me porque tenho não um sonho, mas uma ambição: trabalhar na minha área. Sempre fugi dos estágios não remunerados (acredito que o trabalho deve ser pago e também eu tenho contas para pagar todos os meses), mas depois de um ano de lengalengas e trabalhos de segunda percebi que tenho de dar o corpo à palmatória e mudar as minhas prioridades, por isso aceito este sacrifício de corpo e alma e entrego-me ao desafio, não sem medo mas cheia de vontade de mudar. Despedi-me porque estava num sítio que eu simplesmente detestava, despedi-me porque me senti enganada, porque o que me venderam nas entrevistas a que fui foram oportunidades de progressão na carreira, motivação contínua e bom ambiente de trabalho, não estas chefes tiranas, esta desmotivação crescente e esta falta de recursos gigantescos. Não, não me despedi porque sou preguiçosa nem porque quero ir de férias - considero-me uma rapariga profissionalmente ambiciosa, adoro trabalhar, adoro ter um trabalho que eu adore e não me revejo minimamente nessa imagem de pessoa desmazelada e procrastinadora que quer ter o mês de Agosto inteiro para ir jiboiar na praia, torrar ao Sol e beber copos na Caparica. Despedi-me porque sou ambiciosa e quero melhor para mim.

Sei que os próximos tempos vão ser difíceis - não estou habituada a estar em casa, a não ter uma rotina que implique levantar-me de manhã com um propósito tão concreto como esse de fazer o meu melhor pela minha empresa, não estou habituada a passar o dia todo a olhar para o telefone e à espera de entrevistas e a sentir-me nervosa e ansiosa enquanto espero por respostas e triste e incapaz quando as negas começam a chover. Mas acredito que irei ultrapassar tudo isto e, como sempre, tenho já um plano B alinhavado - para o caso de tudo correr mal.

De mim dizem muitas coisas. Dizem que tenho mau feitio, que sou demasiado sensível, que tenho imensa imaginação, toneladas de persistência. Há quem diga que sou louca. Eu começo a concordar.

sexta-feira, 25 de julho de 2014

Nesta última semana, encontrei um telemóvel perdido e devolvi-o ao dono. Disse algo de simpático a alguém que às vezes até me mete nojo, mas que teve um azar dos grandes. Ofereci bolachas a um desconhecido esfomeado numa paragem de autocarro. Prestei um esclarecimento a alguém que não o tinha solicitado, mas que dele precisava. Fui bem educada para alguém por quem sentia uma vontade louca de esbofetear.

Ao Deus que cuida destas coisas, eu pergunto: terei já acumulado bom karma em quantidade sufiicente para arranjar um trabalho decente? Quando poderei voltar a ser uma cabra insensível?

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Uma pessoa acorda feliz e contente da vida, porque vai, pela primeira vez em meses, ter finalmente uma entrevista para um emprego na sua área de estudos. Sai de casa com quase uma hora de antecedência e passa meia hora perdida num bairro de uma zona suburbana de Lisboa à procura das instalações da empresa. Chega lá e descobre que, afinal, aquele emprego não tem nada a ver com a sua área de formação e é só mais um emprego precário e mal remunerado como todos os empregos precários e mal remunerados que a pessoa já teve até ao momento, só que disfarçado com outro nome. Pelo meio a pessoa tem de ouvir as habituais patacoadas: "Toda a gente tem de começar por baixo, eu próprio também comecei de baixo" (pois é amiguinho, mas eu já estou a começar de baixo há quatro anos, agora queria subir um pouco na vida), "Nós damos excelentes condições de trabalho, prémios monetários e possibilidades de progressão na carreira" (enganaram-me com essa uma vez - as condições de trabalho espectaculares que são proporcionadas por uma chefe que é a versão feminina de Dr. Jekyll e Mr. Hyde, os prémios monetários virtualmente impossíveis de alcançar, as possibilidades de progressão na carreira que oferece uma empresa que em 23 anos de existência continua com um escritório com nove pessoas e para aí um efectivo - não me enganam a segunda vez), "Aqui damos aos comerciais a hipótese de progredirem e virem a recrutar outros comerciais" (pois, deve ser por isso que recrutam dezenas de comerciais e o escritório tem apenas uma pessoa). Uma pessoa acorda cedíssimo num dia de folga, perde a oportunidade de ter uma manhã de sono abençoado ao lado do seu homem, passa o dia a cabecear com o cansaço...tudo isto, para nada.

A quem estiver a considerar responder a um anúncio de recrutamento de Assistente de RH para a Autêntico Triunfo, não se metam nisso: o que eles querem são comerciais porta-a-porta, e não um profissional de Recursos Humanos, sim? Não têm de quê.

quinta-feira, 3 de julho de 2014

Na minha vida houve imensas coisas que fiz e que deixei de fazer por falta de segurança. Tenho um problema de insegurança que se agravou com o tempo e que me leva a perder oportunidades, a deixar de fazer, a deixar de dizer, a deixar de perguntar. Continua a acontecer. As pessoas que deviam acreditar em mim disseram-me muitas vezes que falharia. E eu, acreditando nelas, falhei. Houve vezes em que a coisa até deu certo mas não celebrei a vitória porque eles tinham a certeza que eu falharia e se calhar a opinião dos outros era, no fundo, a mais importante. A vida é difícil e eu agora faço as contas às oportunidades que perdi porque tinha medo. Porque ainda tenho medo. A falta de auto-estima é uma coisa complicada e eu tento dar à volta mas às vezes é difícil, muito difícil agarrar o touro pelos cornos e fingir que afinal até sei o que faço. Até quando? Nem eu sei.

quinta-feira, 26 de junho de 2014

Diferentes reacções

Um amigo dos pais do meu namorado, que há muito tempo não o via:

[Amigo dos pais do meu namorado]: Então e tu, continuas a trabalhar na área?

[Namorado]: Eu? Sim...

[Amigo dos pais do meu namorado]: Que bom, ainda bem!

[Namorado, apercebendo-se de que não tinha percebido a pergunta]: Ah não, não, agora trabalho na PT!

[Amigo dos pais do meu namorado]: É bom, é bom, é bom na mesma!

[Eu, que há altura trabalhava no mesmo sítio, e não vou nessa de dizer que trabalhamos na PT só para ser muito bonito e dar a ideia de que estamos muito bem na vida]: Sim, mas é um call centre!

[Amigo dos pais do meu namorado]: O que interessa é que vá havendo trabalho...

sexta-feira, 6 de junho de 2014

Hoje o meu coração dói.

A empresa onde trabalho vai despedir cerca de 250 pessoas. Duzentas e cinquenta (eu que achava que éramos só trezentos a trabalhar ali!), e só no piso onde eu trabalho, que está integrado num edifício de cinco andares.

A empresa onde eu trabalho vai despedir 250 trabalhadores só porque sim. Só porque é aquilo que fazem, e é a terceira vez que vão fazê-lo nos quatro anos de história que conheço daquele sítio. Ninguém entende porque é preciso despedir pessoas. Nós temos trabalho, temos estado ocupados, tem alturas em que não há mãos que cheguem para tudo o que precisamos de fazer. Provavelmente algum director financeiro olhou para a última demonstração de resultados e sentiu que havia ali valores em falta, ou o nosso CEO, confortavelmente instalado no Brasil, deu pela falta de alguns milhões no seu ordenado e alguém decidiu: é preciso despedir.

São duzentos e cinquenta trabalhadores temporários, a mesma coisa que nada, pó de areia, pedras no sapato. Sapatos fáceis de descalçar. E é assim que se conseguem descalçar duzentos e cinquenta sapatos de uma vez.

Hoje o meu coração dói, dói muito.

domingo, 1 de junho de 2014

Lorde



Não entendo os vídeos dela.

Não entendo as letras das músicas dela.

Não entendo aquele look de adolescente gótica/boneca de porcelana/personagem de filme de terror chinês.

Adoro-lhe a voz.

É tudo.

terça-feira, 27 de maio de 2014

Tem dias em que acho que a minha vida não podia ser melhor nem que eu quisesse

Chegar a casa e empreender aquele gesto tão habitual que é abrir a caixa do correio.

Ver uma carta de aspecto e tamanho invulgar no meio da papelada.

Abrir.

Perceber que é um EDITAL em nome de um tal de Luciano que não conheço de lado nenhum mas que suponho ter sido inquilino nesta casa, a avisar que dado que o sr. Luciano não quer pagar o que deve à Credibom e que anda em paradeiro desconhecido, vão penhorar os bens na última morada que lhe é conhecida, que só por acaso é a MINHA CASA.

Não imaginam o choque.

Subi as escadas do prédio a tentar controlar-me, mas já a sentir o pânico a assomar-me à garganta, entrei em casa e larguei em pranto, histérica, o desespero todo a vir ao de cima.

No meio da choradeira consegui lembrar-me de uma colega de trabalho ter contado que já passou pelo mesmo, e aí vai de pagar no telefone e fazer uma chamada para o trabalho, a pedir o número da tal colega. 

Claro que a solução é muito simples, basta mandar um email ao senhor agente de execução com uma cópia do meu contrato de arrendamento, a fazer prova que o caloteiro já não mora nesta casa e não tem nada a ver comigo, por favor mantenha os seus capangas longe da minha casa.

Vou esperar pelo dia de amanhã para atacar de novo o telefone do solicitador responsável pelo processo, que à hora a que liguei já estava o escritório fechado. Quando me consegui acalmar lá fui reparando nas discrepâncias: o edital é de Dezembro de 2013, diz lá que o executado tem trinta dias para responder, pagar a dívida ou opôr-se à execução (não deviam já ter penhorado o meu frigorífico?),e, no site da internet onde é suposto o edital ter sido publicado, não consigo encontrar nada relativo ao processo nem à pessoa em questão. Parece-me que isto é um caso qualquer que já foi à vida, ou o sr. Luciano Caloteiro já foi apanhado e devidamente penhorado ou decidiu saldar o calote e virar pessoa honesta, mas o meu susto foi tanto que se algum dia apanhasse o incumpridor à minha frente, juro que lhe daria uma sova que lhe valeria a ele o hospital e a mim a prisão.

Eu não ganho para estes sustos, meu Deus.

sexta-feira, 23 de maio de 2014

Tem dias...

Em que me sinto mesmo triste por não ser uma pessoa de mais posses e poder fazer um tratamento homeopático a estas minhas alergias. Eu normalmente vivo bem com isto, acho até que incomoda mais os outros do que a mim (há sempre alguém que diz "Mas tu estás sempre assim?", "Lá vem ela com o lencinho!", "Nunca te cansas de estar doente?" - já nem considero isto doença, mas enfim), prefiro mil vezes a minha rinite alérgica ao cancro e à hepatite e à asma e doenças afins. Mas depois há aqueles dias em que acordo às três da manhã com o nariz tão tapado que nem respiro, e basta meia hora para ficar com o nariz todo em ferida e a cara a doer-me como se me tivessem esmurrado, e aí sim, gostava de ter um pouco mais de dinheiro para poder cuidar um pouco mais da minha saúde. Os tratamentos convencionais não resultam, deixam-me a cabeça pesada como se alguém tivesse substituído o meu cérebro por um calhau, têm uma eficácia reduzida e efeitos secundários que não compensam.

Gostava de experimentar a homeopatia, que conheço pessoas que já experimentaram e garantem que compensa cada cêntimo investido. Mas, a vida é o que é e eu sou uma pessoa pobre e enquanto as minhas finanças forem dando para um aerius de SOS, já me posso considerar feliz.

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Socorro, alguém me tire...

...estes impulsos consumistas. Ou então, alguém que faça de mim rica. É isso, quero ser rica e ter dinheiro para tudo o que me apetece comprar [novo sonho de ano novo].

domingo, 12 de janeiro de 2014

O maior drama de uma pessoa que sofre de rinite alérgica é estar com um ataque daqueles que fazem com que em meia hora acabemos com um pacote inteirinho de lenços (olhos inchados, espirros que não param, comichões no nariz, na vista e em todo o lado - eu tenho direito a tudo e o pior é que nem sei que raio provocou esta trampa de ataque), ir para casa mais cedo, a desesperar pelas minhas drogas, e...descobrir que já não há anti-histamínico. Agora só amanhã de manhã. Hoje à noite temos balada do lenço de papel e juro que nunca mais deixarei que o Aerius esgote na farmácia desta casa (ámen).