quarta-feira, 28 de novembro de 2012

É já dia 21 de Dezembro?

Eu juro que o mundo não vai acabar sem que eu tenha feito sexo este ano. O que significa que tenho menos de um mês para me pôr a mexer.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Home drama

Tenho vivido com sérios problemas de canalizações. Moro numa casa que não é minha, num quarto alugado que espero em breve trocar por um T1 simpático e fácil de limpar numa zona de Lisboa onde chegue a Carris e o metro e não precise de pópo para me levar a nenhum lado. Acontece que a casa onde moro é daquelas casa lisboetas antigas, com divisões estranhíssimas (não se percebe o que é suposto ser sala nem o que é suposto ser quarto e a casa de banho é um apêndice da cozinha), o chão inclinado (cheira-me que um dia vamos todos com os porcos e acabamos dentro das casas dos vizinhos do lado), e canalizações antigas, que supostamente (SUPOSTAMENTE) levaram obras sendo que essas obras, a terem realmente acontecido, foram feitas por um idiota que achou por bem ligar todos os tubos que vão dar ao esgoto num único, o que significa que existe uma relação estranha entre a máquina de lavar roupa, o lava-louça, a banheira e o bidé. O que posto em miúdos significa que quando se lava roupa, a comida que caiu pelo lava-louça sai pela banheira e, mais recentemente, que quando se lava a louça a banheira enche de água e comida e terra e areia e sai o diabo e o inferno e o mundo inteiro pelo cano e a banheira enche de água que demora um dia inteiro a escorrer. A senhoria tem feito os habituais paliativos - desentupir a banheira seis vezes com seis produtos diferentes que é suposto serem cada um melhor que o outro, chamar cá o canalizador para meter uma vareta pelo ralo abaixo e dizer que os canos estão "muito entupidos", avisar-nos para não deitarmos comida pelo lava-louça (coisa que já ninguém faz), mas obrazinhas para manter esta casa num estado minimamente higiénico, nada. Compreendo que a vida não esteja fácil (se bem que sendo dona de três andares do prédio e com sete quartos alugados por quase 300€ cada, sem recibos, ela se viver mal é porque quer) e que se calhar para resolver o mistério da relação banheira-lava-loiça-bidé-máquina de lavar roupa  se calhar era preciso esburacar a casa toda e se calhar nem seria viável ter cá gente a viver nessa altura, mas chegar a casa à noite cansadíssima depois de um dia de aulas e trabalho, querer tomar um banho e encontrar a banheira cheia de caca até acima é no mínimo revoltante. Cá vou andando eu a fazer malabarismos para tentar tomar banho sem me encher de comida, não gritar com a senhoria e o filho quando os vejo (que são poucas vezes), e pensar que em comparação a minha renda até é baixíssima e que a localização da casa é espectacular e que pelo menos até acabar o curso tenho de ter paciência.

Será que já referi que a casa também não tem gás canalizado e que o meu fogão é uma placa eléctrica portátil com dois bicos que demora quarenta minutos a cozinhar uma panela de arroz?

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Ressentimentos

“As smoking is to the lungs, so is resentment to the soul; even one puff is bad for you.” 
― Elizabeth Gilbert

Eu cá parece-me que ando a fumar há demasiado tempo. Que fumei tanto que um hábito pontual se tornou um vício, uma ocupação vocação para a vida. É um vício, e é o melhor deles todos. É o que me permite remoer sem pensar; é o que me põe um guarda-chuva sobre a cabeça nos dias de chuva; é o que me levanta da cama da manhã e me faz viver sem respirar. Todos os dias tusso e doem me os pulmões e vejo os meus dentes amarelar; mas todos os dias fumo, mais um bocadinho, sempre um bocadinho mais, e quando não fumo há uns dias e sinto-me respirar lembro-me que preciso de fumar e que fumar me mantém viva.

sábado, 3 de novembro de 2012

Nicola in love




Já disse que estou completamente apaixonada por esta nova colecção da Nicola? É que é só das coisas mais fofinhas que já vi nos últimos tempos. O meu avô foi ainda mais fofinho e arranjou-me a colecção inteira. Dos bonequinhos às frases, é tudo delicioso. E até dá vontade de passar a gostar de café, ou de deixar de ter medo desse bicho de sete cabeças que é o amor.

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

"Qual é a finalidade?"

É dos melhores diálogos que já li num livro. Vem do "Catch 22", um livro louco sobre a guerra. Escrita irónica e sarcástica que dá para reflectir, uma história que é uma embaralhação e isto é dito em bom português. E assim abro este blogue.


"-Acenda a luz - sugeriu Dunbar
- Faltou e não me apetece ligar o meu gerador. Dantes, emocionava-me salvar vidas humanas. Agora, pergunto-me a finalidade disso, se toda a gente tem de morrer, mais cedo ou mais tarde.
- Há uma finalidade, sem dúvida.
- Sim? Qual é?
- Evitar que as pessoas morram demasiado cedo.
- Sim, mas para quê, se a morte é inevitável?
- O truque consiste em não pensar nisso.
- Deixe lá o truque. Qual é a finalidade?
Dunbar reflectiu em silêncio por uns momentos e encolheu os ombros.
- Não sei."