domingo, 24 de agosto de 2014

Eis que há duas semanas iniciei um novo emprego e nunca na vida andei tão cansada. Para além de todas as coisas novas que estou a aprender, têm-me lançado grandes desafios e comecei logo a trabalhar "à séria", a ter responsabilidades e obrigações como os meus colegas senior e a sentir-me tão responsável pelos resultados da empresa quanto eles. Para além disso tenho entrado mais tarde e saído mais tarde do que estava habituada e chego a casa ainda a pensar no trabalho, a planear o que vou fazer no dia seguinte, a deixar-me absorver por tudo o que aprendi de novo e tudo o que me ensinaram mas que ainda não apreendi. Durante a semana não tenho tido tempo para nada, durmo mal porque chego a casa e não descanso, nem nos meus sagrados livros me consigo concentrar e a leitura antes de dormir perde o seu efeito relaxante. A verdade é que nunca na vida tive um trabalho tão frustrante, tão cansativo, que exigisse tanto de mim a nível mental, que testasse tanto a minha paciência, que me obrigasse a ser tão perseverante, tão paciente, tão omnipresente e tão capaz de fazer mil coisas ao mesmo tempo.

Apesar de tudo isso, a maior prova da minha loucura é que adoro o que faço. Adoro mesmo a minha função e não são só os colegas, nem o ambiente de trabalho, nem todas as coisas boas proporcionadas pela empresa, adoro mesmo o que faço e é por isso que saio de casa de manhã com leveza nos pés e imensa vontade de começar, chego ao trabalho cheia de energia e volto para a casa a pensar em maneiras de ser melhor, de fazer melhor, de fazer mais. Nunca fui pessoa de fugir ao trabalho, de viver a suspirar por feriados e fins de semana, de passar os dias a suspirar por férias e a desejar estar em casa com os pés de molho: não me considero realmente workaholic mas não adianta, eu adoro trabalhar. E quando fazemos algo que nos desafia e que nos leva mais além, não há como mentir: trabalhar é bom e recomenda-se.

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