domingo, 14 de julho de 2013

It's Heartbreak Hotel

Fazem parte das coisas que eu não entendo, nem quero entender: aquelas pessoas que vivem o fim das relações como se de um drama shakesperiano se tratasse. São as que andam a arrastar-se pelo chão mesmo em frente aos nossos olhos e a correr atrás do objecto amado com o intuito de se espojarem aos pés dele/a, só naquela de viverem o prazer de serem espezinhados/as uma segunda ou terceira vez, que a humilhação é uma coisa bonita e da qual a malta sádica tira grande prazer. São aquelas que juram que nunca na vida hão de amar mais ninguém porque aquela era a sua pessoa, a única certa, todas as que virão depois não serão mais que segundas opções de fraquíssima qualidade. Porque nunca houve amor como o delas, ninguém amou tanto como elas amaram, e é perfeitamente justificável e compreensível que só porque alguém lhes deu com os pés deixem de comer/de dormir/de trabalhar e basicamente desistam da vida e de tudo neste mundo. Tudo isto é magnificamente ampliado pelo facebook, glorificado em status minados de erros ortográficos, publicados com em jeito de indirecta e que em última instância servem apenas para anunciar ao mundo que se é uma pessoa triste e deprimente e incapaz de enfrentar as dificuldades de cabeça erguida e peito cheio. 

Ou melhor: entendo, mas acho parvo. Não entendo a necessidade de anunciar ao mundo que se falhou (sim, porque quando falha um, falham os dois), e muito menos que nos deram com os pés mas que somos pessoas tão tolas e com tanta falta de amor próprio que ainda vamos atrás de quem não quer nada connosco. 

Esta história de andar a levar com a dor de corno dos outros irrita. Por mais miserável que se seja a miséria enfrenta-se de cabeça levantada, nunca de fronha a arrojar pelo chão e a rastejar aos pés dos outros.


Já agora, eu sou apologista da terapia do chocolate e bolachas.

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