sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Natal,Natal

Eu odeio o Natal. Bem, não é propriamente odiar, é mais achar que é uma época triste, pelo menos na minha família. No Natal há sempre confusão, invariavelmente protagonizada pela minha avó paterna, que este ano começou mais cedo e tudo. Natal é a altura do ano em que a família não se junta, mas consegue arranjar intrigas em larga escala e implicar nelas um maior número de familiares. É aquela altura em que se fazem escolhas estilo passar o Natal com a mãe ou passar o Natal com o pai, dizer ou não que não gostei da prenda, o que oferecer a cada pessoa, arranjar à minha avó uma coisa barata mas que pareça cara para ela não se queixar que só lhe damos coisas do chinês. Depois do Natal, vem o Ano Novo. E eu não sei o que é pior. O Ano Novo também é uma altura muito triste do ano. Isto porque em vez me ir embebedar até cair pro lado e não me lembrar de nada no dia seguinte como uma pessoa normal, dá-me para pensar em tudo o que correu mal na minha vida. Todos os anos, invariavelmente, apercebo-me que a minha vida não está bem onde eu gostaria que estivesse e que ando a desperdiçar tempo, e só gostava que o dia 31 passasse e o dia 1 fosse um dia normal com gente na rua e um dia de trabalho pela frente para me esquecer que passou mais um ano, já que nem álcool tenho para me consolar. Eu só quero que Dezembro passe. Eu só quero que Janeiro chegue, e depois quero que o meu aniversário passe depressa sem que eu sequer me aperceba que ele já passou e que ninguém se lembre que foi há N anos que eu vim ao mundo. Por mim os anos acabavam em Novembro e recomeçavam em Abril do ano seguinte.

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